domingo, 20 de fevereiro de 2011

Duplo Sentido

Hoje eu acordei.
Acordei para o mundo, n’um segundo.
Vejo a criminalidade: o roubo, a corrupção,
o homicídio, o suicídio, o ladrão.
O ladrão maltrapilho, que passa fome,
e sua identidade some
perante o ladrão bem vestido, advertido
para falar calado, isolado, incorporado
a um grupo que o tem apoiado.

Hoje eu acordei.
Acordei para o mundo, n’um segundo
Agora, meu pensamento,
nem a cor dei-lhe.

Tudo em preto, ou, preto e branco.
O preto, à margem, o branco, na garagem.
O preto, perto do deserto, discriminado, calado.
Calado?... Coitado!...
O Branco? Ah! o branco, que também é preto
Aquele que está no solo sob o sol,
também no deserto.

Hoje acordei.
Acordei para o mundo, num segundo
e meu pensamento agora balança.
Uma criança? Meu mundo latente.
Estou contente! Não estou contente!
Vejo uma esmola, uma sacola vazia.
Não é meu dia, é uma disputa.
Uma prostituta! Criança?

Trabalho! Criança?
É a educação da miséria, série,
é o descaso com o acaso em cada caso.
Caso? Não, união estável.
Que miserável?!

Hoje acordei.
Acordei para o mundo, num segundo e com defeito.
E o meu direito não é mais direito.
Olho e vejo a impunidade, a obrigatoriedade
sem ser obrigada, pois, calada, fica assustada
com tanto dever incapaz de cumpri-lo, mas feri-lo,
é normal.
E a fome? Vejo-a sumir junto com o faminto.
Não minto. O faminto vai, a fome fica para outro.
E a desigualdade social!? Que mal!?

É, hoje acordei.
Acordei com o mundo, refleti.
O mundo não quis acordar comigo, em tudo.
Mas sigo, agora, acordado, calado,
sem poder falar, pois querem calar-me.
Acordei com o mundo, comigo mesmo.
Eu sou o mundo.
 
Professor Antonio Ximenes

Conversando com a mãe

Mãe,
Há quanto tempo nos conhecemos!
Desde quando nasci.
Mas será, mãe, que realmente nos conhecemos?
Será que apenas vivemos?
Que vivo numa vida dependente de ti?
Quantas vez tu me beliscaste? ou, desculpa, a senhora.
me beliscou, puxou-me a orelha, para o meu bem,
Até umas palmadas, chineladas, surra.
Ufa!

Mãe,
Que saudade de teu castigo,
hoje, neste mundo impune
onde a criminalidade impera
Á falta de uma mãe severa
Não que espanque,
Mas que estanque a criminalidade
pela educação dos filhos,
pelo limite de liberdade

Mãe,
Hoje é teu dia
“Dia das Mães”
Será somente hoje, mãe, teu dia?
Somente hoje a te dedico poesias
com amor, carinho..
E a heresia..? nos outros dias? Mãe
desse teu filhinho?

Hoje, a televisão é a mãe
que ensina o crime
que oprime
que aliena,
que envenena.
É a mãe que dá carinho pela novela
que revela o carinho da traição,
da maldição.

Mãe,
Hoje tem uma tal de mídia
em que as pessoas aparecem como exemplos para outras
Mas veja o exemplo mãe:
prostituição, ladrão
fingindo ser rico
E rico com um dinheirão
Quem será o ladrão?

Mãe, acho que não nos conhecemos bem,
mas também,
Neste mundo imundo
Só vivemos e
Vivemos sós

Mãe. ainda dependo de te,
mesmo sendo “dono de meu nariz”
Eu não quis essa liberdade.
Que saudade de nosso tempo
Em que mãe era MAE
Filho tinha o seu lugar.
Hoje, crescemos e vemos
Nossos filhos espreitar
nas esquinas, em qualquer lugar
um vida ceifar
de um bem se apropriar sem ter que trabalhar

É, mãe,
hoje o mundo mudou!
E aqui estamos nós
Em uma só voz:
Que saudade de nosso tempo!



Professor Antonio Ximenes

Em testemunho da verdade

Como outorgante
numa procuração
escrituro minha vida
um pouco atrevida
a uma intimação.

Se me outorgo,
posso revogar,
sem cláusula sem condição.
Até sem declaração.
Mas posso ressalvar

Digo, ressalvo
nem que eu seja alvo
de sua condição
estipulada no contrato
passado em correição.

Certifico em conclusão
de tudo o que disse.
Sem emenda, sem rasura.
Tudo em tempo.

Em tempo para não rasurar,
pois se um erro visto é
algo para anular a veracidade,
O referido é verdade.
Dou fé.



Prof. Antonio Ximenes

domingo, 16 de janeiro de 2011

A Casa do Mel, em Metáfora

Quão doce é a vida:
de quem trabalha;
de quem atrapalha?;
de quem é vil

Quão doce é a vida:
de quem não percebe
que tudo se embebe
no charco da vida
de quem persegue.

A abelha que produz o mel
é mansa, é traiçoeira;
é bandida, é trapaceira;
é vingativa, é defensiva

A abelha, o político, a casa, o mel, o político.
O político, o mel, a casa, a abelha, o fel.

O político, o mel, o voto, o fel.

Quão doce é a vida
de quem trabalha, da abelha;
de quem trabalha, do eleitor;
de quem trabalha, do sofredor.

O trabalhador, a casa do mel, do político partidário;
do otário, do eleitor, do trabalhador.

Quão doce é a vida:
de quem atrapalha o enganador?;
de que atrapalha o mentiroso?;
de quem atrapalha o prometedor?:
de quem atrapalha a casa do mel?

O mel, o dinheiro, o politiqueiro, o poder
O poder, o politiqueiro, o dinheiro é o mel.

Quão doce é a vida:
do canalha enganador;
daquele detentor:
do poder, do dinheiro;
daquele que pisa, massacra,
humilha e maltrata.

O voto, o dinheiro, o poder, o mel;
A casa, as abelhas, o mel.

O mel não fruto do trabalho das abelhas naturais,
Mas fruto do mal das abelhas “animais”.
da casa do mel;
de quem não percebe
que tudo se embebe
no charco da vida
de quem persegue.

sábado, 11 de dezembro de 2010

No embair da desforra

Quando entramos numa empreitada é para ganhar ou perder, ainda que tenhamos que passar por um longo período, imersos em algo que, certamente, nos trará bons resultados, quando nosso empenho está respaldado em nossos objetivos.

Mas, quais são nossos objetivos? O que pretendemos provar para nós mesmos se tanto tempo tivemos e não soubemos aproveitá-lo? Sabemos, ser esta mais uma chance para tentarmos adquirir aquilo que almejamos durante todo o ano: a nossa ascensão cultural com destino ao mundo do trabalho.

Mais uma condição nos foi dada, e outra ainda, se porventura não conseguirmos lograr êxito. Assim é a estrada da vida, cheia de curvas, de bifurcações, de retornos, que são condições à amostra para o nosso discernimento, para a nossa escolha. Muito cuidado temos para não sobrarmos nas curvas dessa estrada, para escolhermos o caminho certo nas bifurcações, ou ainda um retorno com objetivo de refazer o mesmo caminho, mas de maneira aperfeiçoada.

Se, somos sujeitos determinados, simples ou na composição da turma em cujo núcleo integramos numa voz ativa, na desforra, na qual estamos, sejamos também ativos e reflexivos com o objetivo de emergirmos e, assim, prosseguirmos, cada um em nossa estrada, uma estrada que nos levará a um destino satisfatório ao nosso futuro.

No embair da desforra em que estamos, temos escolha bifurcada ou um retorno indesejado. É nessa estrada que pode prosseguir ou terminar às margens de uma abismo ou de um rio sem ponte.



Antonio Ximenes de Oliveira

sábado, 27 de novembro de 2010

Bolsa Vazia - Subjetiva

Bolsa Vazia - Subjetiva
“Traga a vasilha. É um Real. Vai passando o sorveteiro “.
É neste jargão que se inicia este texto para compreensão do que adiante se infere.
É na voz mansa e pausada, repetitiva e convincente que o vendedor de sorvete induzia os moradores daquela rua a comprarem seu insípido sorvete que, para o sorveteiro tinha de vários sabores, mas para o consumidor não se via diferença. “É um Real, baratinho”, e, convincente, continuava...
E nós, consumidores, eleitores, estudante, professores, será que nos deixamos ser convencidos por um jargão, por um discurso infundado, com o objetivo de benefício próprio do locutor?
Será que somos capazes de ver além do discurso, dos implícitos do discurso? “Vai passando o sorveteiro”. É um voto. Digo um Real. E quem é o sorveteiro? É um voto. Digo um Real?
Somos professores. Somos alunos. Somos professores e alunos. E nossa voz mansa, pausada e repetitiva será convincente? Aceitamos o discurso marcado pela persuasão quando não nos dispomos a analisá-lo, analisar sua origem, seu locutor.
Foi quase um ano de discurso, mas parece que não estamos convencidos. Fomos absolvidos pela sala de aula, entretanto não absorvemos o conhecimento.
Final do ano, de aulas e de provas, ainda assim fomos convencidos ou convencemos? Somos o sorveteiro ou a vasilha?
Aceitamos o discurso marcado pela persuasão quando não dispomos a analisá-lo.
E o bolsa, família? Vazia?
És tudo no estudo. Vai passando, não o sorveteiro com seu sorvete insípido, mas vai passando de ano, galga degraus e entende o discurso do politiqueiro. Digo, do sorveteiro?
Reflita. Entenda. Analise. Seja crítico.
Antonio Ximenes



segunda-feira, 14 de junho de 2010

Caminhando no Tempo


Era fevereiro de 2009 quando começamos nossa caminhada. Nós, 35 pessoas em busca do conhecimento para garantia de nosso futuro. E começamos. Começamos nossa caminhada no tempo, óbvio, mais novos, pois envelhecemos quase um ano entre muitas verdades e desenganos. Verdades que nos eram oferecidas por aqueles que nos instruíam e desenganos quando achávamos que estávamos enganando a outrem quando estávamos enganando a nós mesmos.

Particularizando nossa caminhada no direcionamento ao verbo para a prática da linguagem, temos uma história a contar quando adentramos no Romantismo e prosseguimos nessa literatura, não com o “mal do ano”, a propensão para não trabalhar, mas com a vontade de escrever com adequação o discurso direto ou indireto.

Na flexão substantiva de nosso orientador continuamos com algumas advertências adjetivas nos artigos que nos eram repassados em grande número. Trabalhamos no gênero de um texto adequado ao nosso grupo em que os pronomes eram nós e ele, senhor e você. Sentíamo-nos, então leves nesta caminhada. Caminhada esta como se fosse um vôo, um vôo do Condor na linguagem de Castro Alves, a linguagem da paixão, porém no interesse de aquisição de conhecimento e interação. Foi muita prosa.

Formamos aí nosso primeiro tempo, pois nesse verbo pausamos nosso conto ainda que a caminhada continuasse, e nos dispersamos por 15 dias. Era Julho, muita brincadeira, passeios, namoros, etc...,

Retornamos. A gosto, muitas advertências para que não repetíssemos esta caminhada no mesmo percurso em que somos simples sujeitos conectados como prepostos desta caminhada, como subordinados ou aditivos desta narrativa.

É real e natural o nosso objeto, direto ou indiretamente ligado a um simbolismo de civilidade na aquisição da cidadania.

Assim, concluímos nossa breve história subjetiva, com alguns colegas a mais e outros a menos, uns mais e outros menos interessados, mas todos no interesse de prosseguir esta interminável caminhada da vida.









A distorção do entendimento do Superior Tribunal Federal transcrito na Súmula 584 sob a égide constitucional dos princípios da anterioridade e irretroatividade.

  Antonio Ximenes de Oliveira Júnior RESUMO : O presente artigo versa sobre a suposição acerca distorção entre os preceitos con...