domingo, 24 de março de 2019

Meu Campo Maior




Inicio neste momento
com esta caneta e papel
Na terra do monumento
de heróis que estão no céu.

Ora, vejam só!
Heróis que não voltam mais
a esta Campo Maior
Terra de carnaubais


Existe um açude que era grande
e agora, pequeno, ficou pior
nesta terra que se expande
minha linda Campo Maior

Em suas pretas ruas
de asfalto pela metade
que deixa outras nuas
ruas desta cidade

Nuas ruas, sem calçamento
Campo Maior “altaneira”
que, hoje, neste momento
Permanece muita poeira

Falemos das construções
existentes nesta terra
de amores, de ilusões
que ficam além da serra

Construções como mercado,
a rodoviária, o iate
que hoje está marcado
pelo desprezo que o abate.

Ilusões e amores
daqueles que para longe foram
e sofrem com suas dores
e, na saudade, laboram

Campo Maior da serra,
do açude e da lagoa
que, aos poucos, se encerra
numa batalha à toa.

Sim, batalha crítica
para se mostrar um açude
em época de política,
numa vil atitude.



Campo Maior do festejo
ao santo casamenteiro,
Atonio, que atende desejos
de muitos os solteiros

Ainda de caneta em mãos
continuo escrevendo
a todos meus irmãos
que agora estão lendo

E falando de Campo Maior
cidade do meu Piauí
ao Norte, não fica só
nem isolada no porvir.

Por uma BR é cortada,
para se mostrar pra muita gente
e deixa encantada
qualquer pessoa inteligente

Nesta nossa cidade
muitos bairros se completam
e muita felicidade
nas pessoas acarreta.

Seus bairros agora vejamos
começando pelos Leste,
Flores, Santa Rita, contamos
com Flor do Campo inconteste.

Continuando, São João e Água Azul,
Lourdes e São Luís
que fica já mais ao Sul
como o povo diz.

Fátima, bairro grande
Paulo VI e Parque Estrela
Aí a cidade se expande
e todos querem vê-la

Cidade Nova e Fripisa
outros bairros importantes
no Oeste, se avisa
crescem a todo instante.

É nossa Campo Maior
de conjuntos habitacionais
que ficam a redor
desta terra de carnaubais



E encerrando esta poesia
em literatura de cordel
que nos dá muita alegria
posta neste papel

Falei de Campo Maior
ainda que superficial
porém, ficará melhor
depois de um toque final.

Falei com palavras singelas
de uma forma, não a melhor
Escritas nas páginas amarelas
do meu caderno, não é a pior

Antonio Ximenes

domingo, 27 de janeiro de 2019

Bicho Velho

      

           Foi uma facada, ouvir aquela expressão, sem amor, sem consideração, sem respeito, de quem se compartilha todos os momentos de uma vida: as alegrias, as dores, as tristezas, porém, sem fugir, sem ferir, sem magoar o outrem, e, que, com a alma já enferma, em consequência  de sofrimentos causados por quem tanto considera. São dores que se acumulam ao longo do tempo e que vão enfraquecendo o espírito e a moradia terrena deste mesmo espírito que em algum momento desocupará o corpo em que habita.
            É o bicho homem, capaz de matar sem sangrar, apenas com palavras e atitudes que massacram, não o corpo, mas a alma, deixando a vida opaca, sem alegria, sem felicidade, com apenas a dor da tristeza.
            O velho hábito da humilhação pelo psico, pela moral, com palavras que cortam como uma lâmina de dois gumes.
            Mas o homem, o bicho velho, sim “o bicho velho” teima em ser humilhado, pisoteado por quem não lhe tem mais amor, dó, compaixão e, que aos poucos tira uma vida que era feliz, alegre, mas que se tornou apenas “um bicho velho”. Esta é a expressão.

Antonio Ximenes

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Oração ao Senhor

Senhor, chora minh’alma,
em sofrimento e calma,
e em cada lágrima que cai,
molhando meu corpo se vai
a dor do sofrer para viver

Senhor, minh’alma padece
neste corpo que não merece
sofrer tanto assim.
Senhor, olha pra mim,
nessa dor do sofrer para viver.

Fico calado, Senhor
e não demonstro a ninguém
do problema porque ora passo,
mas o Senhor é meu regaço
de confissão e perdão também.

Sofre minh’alma, Senhor
mas Tu, só Tu, meu andor,
que me leva neste sofrimento
de angústia neste momento
em que confesso: Sofro!

Não deixa desistir de Ti
essa alma que agora cai,
que se ajoelha e vai
clamar por Tua ajuda,
meu Senhor, me acuda.
                           
                         Antonio Ximenes

terça-feira, 6 de março de 2018

E o calango foi à escola

             
Como foi? Foi assim: Estava eu passando por um projeto de escola municipal que se iniciou próximo ao período de uma campanha eleitoral, em um bairro que é denominado de Estrela. Não me recordo a data, mas está lá o projeto de escola onde por alguns instantes parei e fiquei a observar aquele transeunte adentrar naquele projeto de edifício. Parecia já está acostumado àquele recinto, pois a forma como caminhava, sem nenhum receio de ser agredido por outros seres vivos sorrateiros ou rastejantes que também poderiam frequentar aquele projeto de escola inacabada, onde o dinheiro público se dissolve sob a chuva, seca sob o sol e se vai com o vento, de forma volátil. Então, o calango entrou naquele projeto de escola, seguiu um corredor, uma pequena e estreita vereda que se lhe cabia. Fique ali a observar o retorno daquele quadrúpede rastejante, quando de repente ele aparece com uma presa na boca, uma borboleta amarela com as asas abertas, parecendo um livro, ou um caderno, mas, na verdade, era seu alimento, não a merenda escolar, ainda que fosse da cor de macarrão. Fiquei ainda a observar aquele calango ou carambolo, como chamam as crianças nordestinas, único usufruidor daquela construção iniciada e não acabada onde, se concluída, alimentaria o intelecto de muitas crianças deste bairro chamado Estrela que brilha apenas nas eleições municipais, e que a educação fica em segundo plano. Mas esse problema está sendo resolvido porque o dinheiro gasto nesta obra, a chuva molhou, o sol secou e o vento o levou assim como levou as palavras efêmeras dos que a iniciaram, e outro dinheiro veio, e outra obra para uma escola está sendo construída no mesmo bairro, em outro local, pois a anterior não serve mais como ambiente para educar. Serve apenas para acolher o matagal e o calango, seu morador e respectivas presas.

Antonio Ximenes

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Viajando na vida



                No caminho da vida, iniciei há alguns anos quando surgi num horizonte, inconsciente de onde vinha e porque vinha e o que deu a minha origem. Mas tudo bem, para mim não interessava em saber de nada, apenas as outras pessoas, aqueles gigantes, não que eu quisesse ou deixasse de querer, até porque eu não tinha vontade própria, cuidavam de mim. E,  aí inicia a caminhada na estrada da vida, cuja estrada pode ser uma vereda no matagal, uma estrada carroçável ou mesmo uma estrada pavimentada, asfaltada.
                Então, começando, certificaram-me por Antonio, não sei se em homenagem ao padroeiro de minha cidade, ou por razão outra que eu ignoro. Para se prosseguir em uma estrada, precisa-se de identificação e por esta razão estava lá, eu, com a minha Certidão de Nascimento para prosseguir rumo ao futuro, atirar-me no escuro da caminhada rumo ao meu fim.  Como para viajar, tona-se necessário a aquisição do conhecimento, matricularam-me numa escola, depois de eu já ter feito uma boa caminhada na estrada desta vida, já ter sido imunizado contra algumas doenças que poderiam me barrar antes mesmo que eu iniciasse esta caminhada.
                Estudei. Viajei no tempo, ano após ano. A escola me ensinou, mas o mundo ensinou-me muito mais. Neste percurso de aprendizagem percorri veredas no matagal, correndo da fome que me perseguia, e segui em estradas carroçáveis quando a necessidade me empurrou para o trabalho informal de uma criança faminta. Nesta estrada eram só buracos, muitas trepidações, mas prossegui viajando no tempo, na estrada da vida, até quando, novamente, me certificaram com o conhecimento para que eu pudesse ir mais além e seguir meu itinerário rumo ao meu destino. Viajei mais umas datas, agora já me segurando em algo para garantir a minha viagem, o meu emprego que consegui graças ao conhecimento adquirido e certificado anteriormente. Daí, vi que era necessário melhorar os conhecimento já adquiridos.
                Prossegui a caminhada, estudando para ampliar meus conhecimentos. Passados mais alguns anos, no percorrer na estrada da minha vida, fiz uma parada e dei uma carona a uma parceira que uniu seu certificado inicial ao meu, tornando-se certificado de casamento. Posteriormente vieram mais duas caronas que ainda me acompanham. São os meus filhos. Mas seguindo a viagem, após o surgimento dos filhos, fui novamente certificado com um título superior.
                Continuando minha viagem nesta estrada vital, apareceu uma cratera que queria impedir que eu prosseguisse a viagem terrena. Foi algum tempo estacionado, tentando resolver como tapar este buraco que apareceu na estrada de minha vida,  cujo buraco consistia numa doença maligna, mas com o poder daquele que me pôs no início desta caminhada, consegui perpassar o buraco e, hoje, estou contando esta história com o acréscimo de mais uma carona. Agora como cinco nesta caminhada até chegarmos ao nosso destino final.
Antonio Ximenes

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Então é natal.

           “Então é natal, e que você fez? Foi à praça outra vez” E assim começamos nosso pequeno discurso em texto escrito falando de uma natal onde, sob um calor de quase 40 graus nevou nesta cidade alvissareira, promissora, em praça pública, em um pequeno cenário representativo do natal, onde os anjos, e note-se, em quatro, não eram magros, eram nordestinos, pois tinha até um banda de forró pé-de-serra, Jesus nasceu em Campo Maior, e no dia de seu nascimento estava lá, aqueles anjos com seus instrumentos musicais: um zabumba, uma sanfona, um triângulo e um pandeiro, ensaiando o cântico de natal piauiês. Mas não era só. Nesse cenário se apresentava também um papai Não É, ou, papai Noel dos outros, além de sua esposa, a mamãe Noélia. Havia, ainda, naquele pequeno cenário uns anões, e por pouco pensei que estava em Itabaianinha, cidade brasileira dos anões. Ainda, caminhando na linha do tempo, vindo lá do nascimento de Jesus, passando pelo motivador comercial que é o Noel, chegamos ao descobrimento do Brasil, à época de Cabral que, inclusive, hoje, quando estava cortando o cabelo, lá no salão estavam alguns senhores comentando sobre a festa da virada, não do barco com escravos, mas da virada de ano, onde o animador da festa será Cabral com alguns mordidas, só que de amor. Não, não tem escravos. Ou tem? Ora, voltando aqui novamente na linha do tempo, ao nascimento do Cristo, sobre este nascimento já ouvi falar que Cristo não nasceu em Dezembro, mas em Outubro, e que essa comemoração em Dezembro foi a igreja que criou para acabar com um festival pagão do Sol Invicto, que havia em Roma. Outra coisa que me chamou atenção foi os animais que puxam o trenó, as renas do comerciante Noel, pois para andar mais rápido sem sair do lugar, lá estavam alguns garças que saíram do açude para puxar o trenó de Noel. Essa é minha Campo Maior, cidade alvissareira, altaneira e criateira, ou, digo, criativa.
Antonio Ximenes

A distorção do entendimento do Superior Tribunal Federal transcrito na Súmula 584 sob a égide constitucional dos princípios da anterioridade e irretroatividade.

  Antonio Ximenes de Oliveira Júnior RESUMO : O presente artigo versa sobre a suposição acerca distorção entre os preceitos con...