sábado, 27 de outubro de 2012

Eu, incompetente?

            Ouve-se muito falar através da imprensa sobre sistemas de cotas para afro-brasileiros e para estudantes de escolas públicas. Mas por quê? Por que aquinhoar em partes concursos públicos, sejam para universidades, seja para a admissão em cargos públicos, destinando a determinadas classes étnicas ou a estudantes de escolar públicas?  Seriam essas pessoas incompetentes? Não estaria aqueles que se empenham em busca de cotas raciais, com complexo de inferioridade, achando-se o “coitadinho”, ou incompetente mascarados pelo interesse individual e em busca de proteção nas massas, no coletivo.
            Os afro-brasileiros, os estudantes de escolas públicas ao se inscreverem em concursos públicos declaram suas origens e por isso são logo eliminados nas provas, embora consigam aprovações classificatórias dignas de nomeação, mas mesmo assim, são “descartados”? Não, porque a eles é determinado cotas de vagas, e não consegue aprovação não é porque são afro-brasileiros, estudantes de escola públicas, assim como outras pessoas, mas porque são de classes sociais desfavorecidas, com menos oportunidades de galgar os degraus sociais porque os favorecidos financeiramente detêm o domínio social.
            Nas escolas públicas os alunos são competentes assim como nas escolas particulares e ambos recebem uma primeira educação no seio familiar. Nas escolas particulares também tem afro-brasileiros, assim como nas escolas públicas. Mas o que se leva ao sistema de cotas?. Os professores das escolas públicas, em sua maioria, também lecionam em escolas particulares e por que seus discentes seguem rumos diferentes?
            Uma conclusão de imediato pode se inferir: Não se é afro-brasileiro, não se é estudante de escola pública, não se é estudante de escola particular. É pobre ou rico, favorecido ou desfavorecido financeiramente. Todos somos competentes, cada qual com seu grau de competência. O que nos falta são oportunidades, não de cotas, mas de igualdade no processo de aprendizagem para uma concorrência justa no curso da vida.
 
Antonio Ximenes

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Cidade-Curral

Campos lindos são os campos de minha cidade, uma cidade com muitos habitantes, entre homens, mulheres e animais ir(racionais) como bovinos, equinos, suínos dentre outros que dividem o espaço urbano com seus donos. Passeando pelas ruas veem-se pessoas fazendo caminhadas, muitos animais pastando pelas ruas, causando acidentes que vitimam pessoas que deambulam.  Grandiosa também é a imprudência de pessoas que pilotam motocicletas e dirigem automóveis e que muito, mas muito pouco mesmo entendem de trânsito.

Campos lindos são os campos de minha cidade, onde brotam muitas ervas, mesmo no período seco, desde as ervas saudáveis até as ervas mais daninhas e estas causando o enriquecimento ilícito de uma minoria e a desgraça dos jovens. Nesses campos, maior é número de pessoas que, mesmo alfabetizados são incapazes de discernir o bom do ruim, embora existam muitas pessoas capazes, mesmo que iletradas, mas detentoras do conhecimento de vida e que não se deixam serem corrompidas por míseros cinquenta reais, ainda que vivendo na miséria face ao descaso dos comparadores de votos.

Campos lindos são os campos de minha cidade, parece mais um curral onde os animais pastam, mas são livres com a liberdade de irem e virem, de escolherem melhor os seus pastos o que não acontece com boa parte dos habitantes humanos que são alienados e tem a mente tolhida, deixando-os direcionados a determinados partidos políticos que amarram o voto (voto de cabresto) dessas pessoas por dinheiro, talvez, por troca de favores ou outros de interesse individual de cada favorecido, não interessando qual será o partido.

Essa é minha cidade um vasto campo, ou um vasto curral onde as ruas servem de campos para os animais pastarem e os partidos políticos servem de estacas para amarrar os eleitores e seus respectivos votos.

Antonio Ximenes

sábado, 8 de setembro de 2012

Cadê Deus?


Cadê Deus nas multidões
Que aos grandes shows seguem
Adorando ídolos, cantores, atores.
E o povo a eles perseguem?

Cadê Deus nas multidões
Que seguem políticos candidatos
Em grandes carreatas?
Não precisam ser beatos.

Cadê Deus nas multidões,
Nas grandes arenas de futebol
Na hora do gol,
Sob a luz do sol?

Cadê Deus no povo de Deus,
Nas extensas procissões,
Nas igrejas, nos lares,
Em todas as ações?

Cadê Deus em mim e em você
Quando se perde a fé?
Na hora da aflição, da alegria.
Cadê Deus? Quem Ele é?

Cadê Deus nas nossas atitudes.
Em todos os momentos,
Na missa, no culto, na mente?
Cadê Deus nos tormentos?
 
Lembremo-nos de Deus, irmão.
Em tudo dito aqui
Então, encontraremos Deus
Em mim e em ti.
 

sábado, 11 de agosto de 2012

Pai. homem chora

Lembro-me eu menino
No quintal de nossa casa
Minha mente me deu asa
Num espaço pequenino
 
Lembro meu pai
Conosco brincando
Três moleques vadiando
Da memória não sai

Eu, meu pai, meu irmão.
Brincando com carrinhos
Era tanto o carinho
Naquele momento de emoção

Emoção, assim descrevo
A minha felicidade
Naquela tenra idade
E um pai que era machão

Brincando com carrinho
Que meu pai fizera
E não se sabia quem era
No momento o brinquedinho.

Seríamos nós o brinquedo
Ou o carrinho de madeira
Feito com tanto zelo
Não daquela maneira
Mas paar atender nosso apelo.

Quando da feitura
Dos carros que brincávamos
Ficamos machucados
Então, chorávamos.
E meu pai: Calados!

Homem não chora
Dizia nosso inspirador.
E nos calamos
Sufocamos nossa dor
Então, continuamos.

Mas o tempo passou
Ficamos adultos, meu pai, avô.
Minha memória me acusa
Uma vida que ficou
num mundo em que se abusa.

Abusa-se de ser criança,
Por ver sempre o novo
A cada dia, a cada momento.
Tudo fica na lembrança
É a memória de um povo.

Hoje, meu pai assim vejo:
Um homem fraco, envelhecido.
Ainda que brinque, enfraquecido.
O que não é o desejo
De um filho envaidecido.

Mas tenho a dizer
Por tudo que já passei
Recordando o passado
Quando estava a sofrer
Não posso ficar calado.

Pai, hoje quando te vejo.
Em momento de doença,
Em momento de fraqueza.
Cadê tua fortaleza
Que me dava uma crença
Que saciava meu desejo?

Pai, posso dizer-te agora
Nestes versos mal escritos
Com muita felicidade
Mesmo sob o peso da idade
Homem que é homem chora.

sábado, 4 de agosto de 2012

Polintíadas 2012


               Polintíadas, esta palavra não existe no vernáculo português do Brasil. É um neologismo criado por mim pra intitular este artigo. Vejamos:
                Olimpíadas, agora em Londres, na Inglaterra, é um evento esportivo mundial em que pessoas de diferentes nações buscam ser os melhores e, consequentemente, ser recompensados com o ouro, prata ou bronze, conforme sua competência, desempenho e classificação.
                Política eleitoreira, é o que estamos vivendo agora. Neste evento municipal/nacional pessoas, inclusive cassadas e não achadas, caçam o ouro, preferencialmente, pois a prata e o bronze não lhes tem nenhum valor. Nesta concorrência o que vale não é deixar o outro para trás como nas olimpíadas, mas passar o outro para trás.
                Nas olimpíadas vê-se uma confraternização universal, onde todos se unem para mostrar suas competências esportivas, visando não apenas ser o melhor, mas participar.
                Na política em comento não interessa apenas participar o que interessa é o ouro do erário público, status do poder governamental. Não interessa apenas ser o mandatário de um povo, mas o mandante, o detentor de decisões políticas que visem (e era para ser assim) o bem estar sociopolítico e financeiro desse povo.
                Na política eleitoreira, ao contrário das olimpíadas, tem-se um desfraternização municipal em que pessoas se desunem para formação de novos grupos no intuito de mostrarem suas (in)competências administrativas visando não apenas o melhor para si, mas para todos que o cercam por barganhas futuras, em caso de vitória.
                Essas são as polintíadas, política como olimpíada de apenas um jogo, não esportivo como as olimpíadas, mas um jogo político de concorrências numa corrida em busca de “ouro”, que é o erário público, e nessa corrida vale tudo de ilegal e de imoral. Esquece-se que é humano.

domingo, 15 de julho de 2012

É FESTA

É festa junina
De convenções políticas-partidárias
É festa junina de quadrilhas.
De quadrilhas?

E o povo dança.
Na festa junina?
Na festa de convenções políticas-partidárias?
E as quadrilhas?
Classe minoritária.

E as quadrilhas
Fazem a festa
Junina ou Juliana.
É festa, muitos votos.
E ao povo se engana

A dança continua
Na festa, na rua.
Pra você.
É a dança, é a festa.
É quadrilha.... Anarriê!

É Antonio, digo, Santo Antonio
É São Paulo, digo, São Pedro.
É São João! João?...
É Quadrilha!
Viva a festa junina, Juliana,
Agustina, setembrina, outubrina.
Ninguém se engana.

É o povo.
E a festa acabou.
E a quadrilha? Continuou.
É voto é festa.

Viva as quadrilhas!
Viva o povo!
De novo?




domingo, 1 de julho de 2012

Bandido Bom, Bandido Morto?


            Costumo, pela manhã, ligar meu rádio para ouvir notícias, principalmente sobre a política de minha cidade, o que foi questionado. Também foi questionado sobre a bandidagem, quando um ouvinte ligou para a emissora de rádio e passou a comentar sobre a ineficiência da polícia para desvendar alguns casos de crimes insolúveis no Piauí, questionando, inclusive, também a ineficácia do judiciário e, aí foi posto em debate a questão da punição para criminosos com pena de morte, pois segundo o interlocutor “bandido bom, é bandido morto”, o que foi ratificado pelo locutor, inclusive acrescentando este que, caso isso ocorra talvez ficaremos sem políticos, entretanto isso jamais acontecerá, pois nossos políticos não cometeriam suicídio ao criarem leis para prejudicá-los.
            Depois de ouvir essa notícia fui para meu trabalho, onde lido com leis diariamente, sendo um servidor do judiciário, e o que me deixou muito triste ver dois carros de polícia chegarem lotados de presos amarrados como animais, piados os pés e as mãos. Saíram dos carros,  escoltados por policiais, em fila única, arrastando correntes. Eram muitos policiais, parecia uma operação de guerra, mas o que embargou a minha voz foi ver aqueles seres humanos adentrarem no fórum, em fila indiana para prestarem depoimentos, mas mais parecia que iram para um abatedouro. Iam ser submetidos aos ditames da Lei interpretada por outro ser humano que representa o Estado.
            Esses homens, jovens, já estão condenados à pena de morte que lhes impôs a sociedade, a família, de cujo seio vem a principal educação; a família que serve de espelho para esses jovens delinquentes. Que pena da morte dessas pessoas que morreram, mas ainda estão vivos; morreram, talvez, até para si.
            Bandido bom, bandido morto?

A distorção do entendimento do Superior Tribunal Federal transcrito na Súmula 584 sob a égide constitucional dos princípios da anterioridade e irretroatividade.

  Antonio Ximenes de Oliveira Júnior RESUMO : O presente artigo versa sobre a suposição acerca distorção entre os preceitos con...