No quintal de nossa casa
Minha mente me deu asa
Num espaço pequenino
Lembro meu
pai
Conosco brincandoTrês moleques vadiando
Da memória não sai
Eu, meu pai,
meu irmão.
Brincando
com carrinhosEra tanto o carinho
Naquele momento de emoção
Emoção,
assim descrevo
A minha
felicidadeNaquela tenra idade
E um pai que era machão
Brincando com
carrinho
Que meu pai
fizeraE não se sabia quem era
No momento o brinquedinho.
Seríamos nós
o brinquedo
Ou o
carrinho de madeiraFeito com tanto zelo
Não daquela maneira
Mas paar atender nosso apelo.
Quando da feitura
Dos carros
que brincávamosFicamos machucados
Então, chorávamos.
E meu pai: Calados!
Homem não
chora
Dizia nosso
inspirador.E nos calamos
Sufocamos nossa dor
Então, continuamos.
Mas o tempo
passou
Ficamos adultos,
meu pai, avô.Minha memória me acusa
Uma vida que ficou
num mundo em que se abusa.
Abusa-se de
ser criança,
Por ver sempre
o novoA cada dia, a cada momento.
Tudo fica na lembrança
É a memória de um povo.
Hoje, meu
pai assim vejo:
Um homem
fraco, envelhecido.Ainda que brinque, enfraquecido.
O que não é o desejo
De um filho envaidecido.
Mas tenho a
dizer
Por tudo que
já passeiRecordando o passado
Quando estava a sofrer
Não posso ficar calado.
Pai, hoje quando te vejo.
Em momento de doença,
Em momento de fraqueza.
Cadê tua fortaleza
Que me dava uma crença
Que saciava meu desejo?
Pai, posso dizer-te agora
Nestes versos mal escritos
Com muita felicidade
Mesmo sob o peso da idade
Homem que é homem chora.
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