sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

U Licho



O ser é humano, do lixo
denunciante, do lixo.
O ser é humano e tem direito.
sem lixo.

 Denúncia, dengue, lixo
Município, Secretaria, porcaria
Denúncia do lixo.
Dengue, humano sujo
Lixo do humano

Continua...

Em código, lógico, retaliações
Em código, perseguição
Lógico, denunciação
Retaliações, punições.

Lixo, feiúra,
Praça, prefeitura,
Secretaria, de saúde,
Amiúde, lixo.


Denunciante, praticante
do lixo em público.

Continua...


Pedido providência.
Promessa, pendência,
Sem cumprimento
Secretaria, nada de obras
e continua o lixo, sobras.

Sobras de árvores, gramas.
Drama, continua o lixo.
Administração, lixo
Que vergonha!!
Citadino “pamonha”?
Não. Administração, ingerência.
Urgência, o lixo!
U Licho.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Depois pode ser tarde


Sábado de outubro, sol escaldante do meio dia. Um restaurante, uma avenida muito movimentada e um ser humano triste como sua vida de sofrimentos, como sua fome, como a rejeição que lhe é demonstrada pela sociedade elitizada e racista.

Naquele sol vespertino, um transeunte que estava à frente de um veículo estacionado em uma calçada, um transeunte de negrura parda por sujeira, talvez, por não tomar banho; mal vestido, pois sua roupa eram trapos assim como sua vida. Devido ao momento contextualizado numa situação em que a violência impera, esse ser humano foi discriminado por alguns minutos por parecer um marginal, ainda que um marginal não necessariamente ande maltrapilho, sujo, mas lhe é característico por ser este tipo de ser humano oriundo, em sua maioria, de classes sociais menos favorecidas, que vive á margem da sociedade excludente.

           Momentos de observação e de reflexão.

Então se tratou de reconhecer aquele ser como uma pessoa de bem, como uma pessoa que ali estava apenas para pedir um prato de comida porque sua fome era grande, no entanto, ainda com tanta observação, com tanta reflexão não se fez um atendimento imediato, não se saciou a fome daquele degredado; daquele cujos olhos expressavam um pedido de comida, de alimento, visto que sua voz era amortecida como sua aparência

          O observador saiu com sua reflexão no intuito de, após saborear um prato de comida, ajudar aquele que supostamente seria uma delinquente. Mas, ao retornar, o observador reflexivo não encontrou mais ninguém ali. o Transeunte caira na escuridão do desprezo, ou melhor, fora enxotado, fora expulso com sua fome, sem piedade.

          O que aquele observador deveria ter feito não o fez antes, deixou para depois. E depois pode ser tarde.

                                                                                      Autor: Antonio Ximenes de Oliveira

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O desatar do nó


Começando....
Puxa para lá, puxa para cá
Vai... 

Puxa...
Olha só!
Uma pontinha aparece,
 a lama podre surge.
O povo urge, padece.
É o nó! 

Nós dois...,
e o povo...,
e os políticos...,
e o nó, depois
os críticos. 

Olha mais uma pontinha,
Olha só!
Vai..., desata.
Mas não mata
O nó.

Quanta corrupção vejo
Nesse nó!
Corporativismo, impunidade,
Desvio..., de dinheiro,
Público, privado...
E o eleitor?
Coitado!

Puxa!
Está encharcado!
Não consigo,
Você também não!
E o nó é cego,
Um perigo.

Terminando.
Puxa para lá puxa para cá.
Vai!
Não desata.
É o nó, nó cego,  úmido.
Irrigado, irrigado.

Autor: Antonio Ximenes de Oliveira

domingo, 7 de agosto de 2011

Um presente ao pai, mas que presente?

           - Deus te abençoe! Dizia o pai, diariamente aos filhos desde quando da mais tenra idade desses seus sucessores, quando estes filhos iam dormir, mas o tempo foi passando, os filhos crescendo e valores absorvendo, mas que valores? Os valores da família? Os valores da mídia, da internet, da televisão...?  Os valores do mundo?
  Tudo ia bem até quando um dos filhos rebelou-se, tornou-se “autônomo”, deixou de dizer; “a bênção pai”. Não é que o filho pedir ao pai que Deus o abençoe trará a este filho submissão, humilhação, mas um sinal de respeito, de compreensão, de entendimento entre pai e filho, entretanto esse filho, influenciado pelos valores do mundo deixou de respeitar o pai, deixou de obedecê-lo, de seguir seus pedidos, seus conselhos. É a  realidade.
  O semanário litúrgico da igreja Católica, “Deus Conosco” nº 38, de 07/08/2011, na pagina 4, o padre José Luiz Gonzaga do Prado, da Diocese do Guaxupé - MG, tece comentários sobre “Olhar sobre a realidade”,  e assim diz;
“O Documentário de Aparecida lança um “Olhar sobre a realidade”, eixo a questão da globalização. Hoje, os antigos costumes de nada mais valem, valem só o dinheiro e a satisfação individual, os outros que se danem...”
                O mês de agosto tem em seu segundo domingo comemoração aos pais, onde filhos festejam os pais com amor, dando-lhes presentes, prestando homenagens. Mas o pai mencionado nesta crônica já recebeu seu presente no início do mês em que se homenageia os pais, presente esse que lhe será recordado até a morte, ou, talvez, até depois da morte, presente esse de tão valioso poder, capaz de destruir qualquer pessoa, ainda quando essa pessoa tenha amor a quem lhe dirigiu essa palavra. É o poder da palavra, de destruir ou de construir. Nada de mágoas, de ressentimento do pai em comento, pois ainda diz o mesmo padre no mesmo texto acima referido :

“Olhando para o futuro a gente se apavora, tudo parece caminhar para o pior. O individualismo crescente vai dar à mãe o direito de matar o próprio filho, não há o que impeça a ganância de destruir a natureza, a corrupção cresce a cada dia, o bem público não conta, conta o ganhar dinheiro, a satisfação individual. Enquanto isso o menino pobre de dez anos diz que só espera completar 18 anos para ir para a nova penitenciária.”
              O pai apavorou-se do inesquecível presente que recebeu do filho individualista cercado por seu “mundinho” jovem, para sua satisfação, e que só espera completar 18 anos para adquirir sua maior idade para entrar numa nova vida. Não precisa mais de pai. Será?
                Então o presente ao pai, após o filho ser advertido de algo errado que fizera sem permissão paterna. Com o rosto rubro e voz em tom esbravejante, o filho:
                -Eu te odeio, eu te odeio, eu te odeio. Mas o pai, serenamente:
                -Mas que presente! - Deus te perdoe e te abençoe meu filho!.


sábado, 14 de maio de 2011

Boca do inferno


Há na prática da linguagem oral três situações em que se deve ter muita cautela antes de concretizá-las, num discurso: saber o que dizer, onde dizer e a quem dizer, pois uma palavra dita inconvenientemente pode ser interpretada de várias maneiras, dependendo do contexto composto do locutor, da mensagem e do locutário.
            Mas a intenção desta crônica não é dá aula de lingüística, e sim falar da boca do inferno e seu verdadeiro sentido. Na minha zona, que é urbana, há um logradouro com o apelido de Boca do Inferno. Por que será este apelido tão gracioso que nem este escritor sabe decifrá-lo?
              Admitindo concepções extemporâneas, poder-se-ia imaginar promessas politiqueiras em períodos pré-eleitorais que, não cumpridas, alguns dos moradores do bairro que tem esta alcunha, irritados, assim chamariam os políticos de “Boca do inferno”. Em outro contexto pode-se também imaginar que esse nome vulgar advenha para adjetivar bocas de pessoas que rogam pragas, desejando o mal ao próximo, ou ainda por ser uma das entradas desse bairro, íngreme, muito perigosa.
              A palavra mal dita pode dá origem a uma palavra maldita. Mas, Boca do Inferno?
              Com este pseudônimo temos em nossa literatura o escritor barroco Gregório de Matos, que assim era chamado devido seus versos satíricos, ferinos, o que não é o caso do território urbano aqui trazido, pois o que mais fere de seus habitantes é a miséria porque passam além do descaso de quem administra esta urbe.

Antonio Ximenes

A distorção do entendimento do Superior Tribunal Federal transcrito na Súmula 584 sob a égide constitucional dos princípios da anterioridade e irretroatividade.

  Antonio Ximenes de Oliveira Júnior RESUMO : O presente artigo versa sobre a suposição acerca distorção entre os preceitos con...