Sou eu aqui,
que um dia já existi
em meus velhos tempos idos
de glórias — sofridos.
Agora, sou eu, aqui:
o velho dos tempos idos,
nesta cadeira, sentado,
invisível e calado.
Passa um, passa dois, passa três...
Passam todos,
cada um por sua vez.
Sou eu, aqui!
Bom dia! Boa tarde!
O sol na minha pele arde,
mas ninguém me vê.
Ainda penso.
Mas não existo
para o outro, para você,
que me vê, mas não me vê.
Ao contrário do filósofo
René Descartes:
penso, mas não existo.
Ainda que, nos descartes,
não desisto.
Antonio Ximenes
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