Tive
informações pela imprensa publicada na internet, de que um cidadão, não sei se
lúcido, sóbrio, consciente de sua razão, interveio em uma sessão da Câmara
Municipal de minha cidade para expor suas verdades sobre o modo de trabalho dos
edis que ali atuam com o poder de criar leis, aprovar projetos do executivo,
etc.. Ou, seja o objetivo do poder, que é visto somente pelo lado externo pelo
cidadão menos esclarecido.
Mas o
avesso do poder manifesta-se através de quem o detém, quando este detentor se
sente ameaçado por outrem, e quando esse outrem é o lado fraco, é o povo de
onde emana o poder. E veja-se que o lado fraco só o é quando não tem
consciência de sua força, o que não ocorreu com o cidadão acima elencado.
Aquele
eleitor quisera expressar sua opinião em um local público de decisões, elevando
sua voz a todos ali presentes, questionando, sem respostas, a forma de trabalho
dos trabalhadores do povo, afirmando que esse mesmo povo não tem conhecimento
do horário de trabalho de seus representantes que são pagos com o dinheiro de
cada cidadão.
Esse
cidadão-eleitor teve sua vez, ainda que de forma atrevida, mas teve. Também, de imediato a perdeu, pois teve sua
voz tolhida por não agradar, sua intervenção, no Legislativo Municipal. E por
não ser de agrado sua manifestação pacata perdeu sua vez, entretanto ganhou
outra voz ditada pelos insatisfeitos com a atitude daquele cidadão que, talvez,
tenha ofendido com palavras, não o poder, mas o ego dos que detêm esse poder.
Não se pode expressar a insatisfação, pois o eleitor em comento perdeu sua vez
e ganhou uma voz, uma voz de prisão.