Alta tensão. Alguém teve uma ideia com
força e sem resistência, uma ideia tão boa que ilumina as ruas de uma cidade
com a contribuição chamada de “taxa de iluminação pública”, paga por cada um de
seus citadinos, digo, pago pela maioria dos seus citadinos. É! Isso mesmo!. Paga
pela maioria de seus citadinos. Uma ideia louvável se não se subentender que a
maioria desses citadinos concidadãos pagará sua conta e a conta da minoria que
é pouco esclarecida, talvez, e são pessoas de parcos recursos e merecedores de
ajuda governamental, mas que essa ajuda não seja em detrimento de outrem. Ora , o poder público já exorbita
em suas taxas cobradas do povo tanto em quantidade de taxas como em valor de
taxas, e taxas aqui generalizo para incluir também os impostos.
Média tensão. Alguém teve uma ideia
irresistível e vigorosa, uma luz iluminou a mente de alguém que, quiçá,
iluminará a mente de cada concidadão, ainda que obscuramente, em seus lares, em
busca do continuísmo, da perpetuidade individual, clareada pela imposição de
taxas para muitos, e retiradas de taxas para outros que merecem ser
beneficiados, mas sem o aproveitamento de suas inocências, de suas ignorâncias
quanto ao conhecimento sorrateiro dos astuciosos.
Baixa tensão. Aplausos! Muito bem,
muito bem! Conseguiu-se. Os que consomem mais pagarão mais e mais para os que
consomem menos energia elétrica, e que quem sairá ganhando são os donos do
poder, do poder de ludibriar, do poder ditatorial, do “eu posso”, “eu mando”.
Baixa tensão, eu aceito, eu pago, mas no próximo ano... Ah! No próximo ano será
a mesma coisa. Os beneficiários e alguns dos beneficentes darão uma nova
oportunidade ao continuísmo, à iluminação pública que apaga as perspectivas do
povo.