terça-feira, 13 de setembro de 2022

Eu sem mim

 

Em função de ti,

vivo assim:

atendendo teus caprichos,

Saio de meu nicho,

morada de mim.


Eu já não sou eu.

Sou tu para ti.

Sou máquina, subserviente.

Um servil ente

que de mim fugi


Um capacho sou eu

no solo, deitado

sob teus pés

E eu, tu és

este comandado


Fugi de mim

quando te encontrei.

Foi-se a felicidade

deste ser de idade

quando de mim desconcentrei


E assim vai a vida

para ti, vivida de mim

entre um e outro momento

neste sobrestamento

de eu sem mim

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