O
povo faminto quer alimentar-se nem que seja de peixes doados pelo
poder publico municipal. O povo quer divertir-se nem que seja em show
de artista famoso pago com dinheiro do erário. E assim se inicia
este texto, com estas duas assertivas que, na prática, garantem a
perpetuidade do administrador em seu trono. Isso mesmo, trono. Nas
festividades, o povo esquece das filas do SUS, da educação de
péssima qualidade e de que está preso em suas residências,
enquanto os marginais ficam soltos sob a garantia do Direito que lhe
é dado.
Recentemente
numa cidade do universo via-se por uma das principais praças de
eventos uma cena que retrata exatamente o que se expõe no parágrafo
acima. Num domingo de páscoa, pós semana santa, após a divisão
dos peixes que serviram como iscas para as próximas eleições, lá
estava o povo alegre e “sastifeito” (erro propósito), com
a barriga cheia e se divertindo. Era uma artista famosa que veio de
longe receber o nosso dinheiro, o dinheiro dos nossos impostos. Nada
contra, desde que sejam também bem aplicados na saúde, na educação
e na segurança. Mas que saúde, se na mesma praça estavam pedintes,
alcoólatras, etc.? Mas que educação, se na referida praça não se
respeitava o direito do outrem? E onde estava a segurança se na
segunda-feira seguinte estavam, no Distrito Policial, vários
registros de ocorrências como, lesões, roubos, furtos, brigas,
etc?.
O
povo faminto quer saúde, quer educação, quer segurança e quer,
principalmente o respeito e dignidade daqueles que administram a
cidade. Não que não haja festas, ofertas de comidas. Deve haver,
sim, mas sem a intenção de algo em retorno do benefício próprio,
com que foi pago com dinheiro do erário. Conhecem o erário? Se não,
é falta de conhecimento que pode ser adquirido na experiência de
vida ou na escola. Mas não nos preocupemos porque estamos de
barriga cheia e nos divertimos bastante. Isso pode ser irônico, mas
é importante. Vivemos a pão e circo
Prof. Antonio Ximenes
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