“Então
é natal, e que você fez? Foi à praça outra vez” E assim
começamos nosso pequeno discurso em texto escrito falando de uma
natal onde, sob um calor de quase 40 graus nevou nesta cidade alvissareira, promissora, em praça pública, em um pequeno cenário
representativo do natal, onde os anjos, e note-se, em quatro,
não eram magros, eram nordestinos, pois tinha até um banda
de forró pé-de-serra, Jesus nasceu em Campo Maior, e no dia de seu
nascimento estava lá, aqueles anjos com seus instrumentos
musicais: um zabumba, uma sanfona, um triângulo e um pandeiro,
ensaiando o cântico de natal piauiês. Mas não era só. Nesse
cenário se apresentava também um papai Não É, ou, papai Noel dos
outros, além de sua esposa, a mamãe Noélia. Havia, ainda, naquele pequeno cenário uns anões, e por pouco pensei que estava em
Itabaianinha, cidade brasileira dos anões.
Ainda,
caminhando na linha do tempo, vindo lá do nascimento de Jesus,
passando pelo motivador comercial que é o Noel, chegamos ao
descobrimento do Brasil, à época de Cabral que, inclusive, hoje,
quando estava cortando
o
cabelo, lá no salão estavam
alguns senhores comentando sobre a festa da virada, não do barco com
escravos, mas da virada de ano, onde o animador da festa será Cabral
com alguns mordidas, só que de amor. Não,
não tem escravos. Ou tem?
Ora, voltando aqui novamente na linha do tempo, ao nascimento do
Cristo, sobre este nascimento já
ouvi falar que Cristo não nasceu em Dezembro, mas em Outubro, e que
essa comemoração em Dezembro foi a igreja que criou para acabar
com um
festival
pagão do Sol Invicto, que havia em Roma. Outra
coisa que me chamou atenção foi os animais que puxam o trenó, as
renas do comerciante Noel, pois para andar mais rápido sem sair do
lugar, lá estavam alguns garças que saíram do açude para puxar o
trenó de Noel. Essa é minha Campo Maior, cidade alvissareira,
altaneira e criateira, ou, digo, criativa.
Antonio
Ximenes