sábado, 14 de maio de 2011

Boca do inferno


Há na prática da linguagem oral três situações em que se deve ter muita cautela antes de concretizá-las, num discurso: saber o que dizer, onde dizer e a quem dizer, pois uma palavra dita inconvenientemente pode ser interpretada de várias maneiras, dependendo do contexto composto do locutor, da mensagem e do locutário.
            Mas a intenção desta crônica não é dá aula de lingüística, e sim falar da boca do inferno e seu verdadeiro sentido. Na minha zona, que é urbana, há um logradouro com o apelido de Boca do Inferno. Por que será este apelido tão gracioso que nem este escritor sabe decifrá-lo?
              Admitindo concepções extemporâneas, poder-se-ia imaginar promessas politiqueiras em períodos pré-eleitorais que, não cumpridas, alguns dos moradores do bairro que tem esta alcunha, irritados, assim chamariam os políticos de “Boca do inferno”. Em outro contexto pode-se também imaginar que esse nome vulgar advenha para adjetivar bocas de pessoas que rogam pragas, desejando o mal ao próximo, ou ainda por ser uma das entradas desse bairro, íngreme, muito perigosa.
              A palavra mal dita pode dá origem a uma palavra maldita. Mas, Boca do Inferno?
              Com este pseudônimo temos em nossa literatura o escritor barroco Gregório de Matos, que assim era chamado devido seus versos satíricos, ferinos, o que não é o caso do território urbano aqui trazido, pois o que mais fere de seus habitantes é a miséria porque passam além do descaso de quem administra esta urbe.

Antonio Ximenes

A distorção do entendimento do Superior Tribunal Federal transcrito na Súmula 584 sob a égide constitucional dos princípios da anterioridade e irretroatividade.

  Antonio Ximenes de Oliveira Júnior RESUMO : O presente artigo versa sobre a suposição acerca distorção entre os preceitos con...