Muito se tem
discutido sobre os direitos da criança e do adolescente, direitos estes que se
manipulam pelo Estado e pela sociedade e adentram no seio familiar. Ao
contrário de outros tempos passados, tudo acontece rapidamente, quando se pensa
realizar algo o tempo já passou. Isso por conta da globalização, da informação
instantânea. E a criança e o adolescente como produto desse meio seriam as
primeiras páginas em branca de um livro da vida humana, onde se escreve, e se
não gostou da escrita, apaga-se, ou o reflexo de um espelho onde o espelho é a
sociedade, a família, e nesse espelho se molda o feio e o bonito, o bom e o
ruim?
Ora, desde
criança vivenciei e vejo atitudes em nada legais e os desmandos do
tratamento dado à criança e ao adolescente (eu nem sabia se existia
adolescência), e percebo como tudo isso mudou, até por que as crianças do meu
tempo, hoje, adultos, não querem dá a seus filhos aquilo que receberam como
educação quando criança, à exceção do que consideram como bom. Lembro-me que
fazia parte da educação que recebi quando criança, apanhar, ser penalizado pelo
“meu erro”, inclusive na escola, quando, na década de 70, no interior do
Maranhão, às quintas-feiras, ainda lembro, era o dia de argumento em que o
“mestre” colocava os alunos em fila, e, com uma palmatória em punho argumentava
sobre a Tabuada. Nesse tempo eu não tinha conhecimento do direito da criança e
do adolescente, pois nem sabia que existia.
Hoje, com o esclarecimento que
tenho, até como próprio ator, membro da sociedade e da família, na garantia dos
direitos da criança e do adolescente, vejo o quanto foi o progresso nesses
direitos e como são garantidos, e tudo isso em consequência da vigilância
social e do Estado na garantia deles, inclusive na promoção de um curso em que
se aprimoram os conhecimentos e promove atividades para melhoramento da prática
que norteia rumos para a mudança de conceitos que viabilizarão a atuação no
trabalho, bem assim na vida pessoal e social, cabendo a cada um e ao coletivo o
papel de fiscalizador, mas não só fiscalizador como também praticante de
atitudes na execução dos direitos da criança e do adolescente.
Antonio Ximenes