
quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
Um presente. É Natal

quinta-feira, 6 de novembro de 2014
Academia’s Bar
Academia's Bar |
Muitas academias também existem em
minha cidade, onde as pessoas buscam pela preservação de um corpo
bonito, de saúde, de retardar o envelhecimento. Está na moda fazer academia,
malhar.
Como está na moda malhar em
academias, ou seja, fazer ginástica, musculação, levantamento de peso, também
está na moda malhar em bares, ficar sentado, conversando, fazer levantamento de
copos, e, a moda de academia veio para ficar e nesse sentido o poder público
está construindo várias academias nas praças públicas onde também ficam os bares
que à noite são lotados de pessoas em buscas da diversão. Mas não acredito
muito na prosperidade dessas academias, começando por sua própria estrutura
física exterior que já imita um bar, o que poderá ser no futuro esses prédios
construídos com dinheiro do erário público; um bar, ou seja, uma Ademia’s bar.
Antonio Ximenes
domingo, 31 de agosto de 2014
Um filho da bolsa
Nasci há exatamente 18 anos. Sou um filho da bolsa, pois fui
gerado em uma bolsa amniótica, no útero de minha mãe, onde eu tinha tudo para
sobreviver. Lá, desenvolvi e cresci por nove meses, numa vida fácil para mim,
antes de entrar em uma nova etapa de minha vida e, então, sobreviver de uma
nova bolsa.
Quando
nasci, não lembro, mas me contam os mais velhos, que minha mãe recebeu uma
dinheirama do governo por meu nascimento. O dinheiro foi tanto que ela comprou
até aparelho de som, celular, etc., e olhe que naquela região onde morávamos,
numa propriedade de um latifundiário, só mesmo os patrões de meus pais tinham
celular. Era chique, mas não tinha sinal de telefone naquela localidade, ao
topo da serra, próximo a um riacho.
O dinheiro
acabou e ficamos sobrevivendo na miséria até eu completar sete anos de idade,
quando fui para a escola e, em consequência disso entrar em uma nova bolsa onde
voltaria a ser alimentado por outro cordão umbilical que me mantivesse na
escola e o governo no poder. O negócio foi muito bom, pois estudei, ainda que
não tenha aprendido nada, mas estudei e passei de ano porque os professores
eram obrigados e me passarem para serie seguinte. Meus pais também acharam bom
esse negócio de bolsa porque era só colocar na bolsa, parir e receber outra
bolsa. E foram bolsas e mais bolsas, cada uma delas com um nome diferente. Vejam:
teve até a bolsa celular. Eu continuei sobrevivendo e crescendo alimentado
pelas bolsas. Na minha primeira adolescência ainda cheguei a consumir crack,
mas não foi problema por que recebi o bolsa crack. Até aqui tudo bem, sobrevivi
e cresci sendo alimentado pelas bolsas. Mas as bolsas furaram-se, rasgaram-se.
Acabou.
Acabaram-se as bolsas, entretanto conclui o ensino médio. Só não consigo um
emprego porque não sei de nada, não aprendi nada na escola. Existem pessoas bem
mais competentes do que eu, que estudaram, às vezes, até sem bolsa, ainda assim
aprenderam e conseguem passar nos concursos para ingressar em um emprego.
Hoje, maior
de idade, não tenho mais bolsas, e me sinto obrigado a ir atrás de quem tem
mais, inclusive do governo que deu muitas bolsas para meus pais, e eu acho que
por isso esse governo de bolsas ainda continua no poder.
Vou pela
rua, tomo um celular, um relógio, uma pulseira; vou a uma agência dos Correios,
de um Banco, a um comercio e pego um dinheirinho para sobreviver e, se eu
sobreviver, serei preso e passarei a receber uma nova bolsa do governo,
portanto sou um filho da bolsa.
Antonio Ximenes
sábado, 9 de agosto de 2014
Eu só queria ter um pai
Eu queria ter um pai
que me desse educação
que me desse carinho
pois sinto-me sozinho
neste mundo, na solidão
Eu queria ter um pai
que pegasse na minha mão
tirasse-me desta calçada
cobrisse-me na madrugada
com coberta sobre um colchão.
Eu queria ter um pai
Um pai que reprime
quando se faz algo errado,
e este filho abandonado
não entrasse no crime.
Eu queria ter um pai
que me levasse à escola,
desse-me perspectiva de vida,
e curasse minha ferida
livrando-me da esmola
E queria tet um pai
que me ensinasse a orar
nos momentos de tristeza;
que me levasse a uma mesa
para comigo almoçar
Eu queria ter um pai
que minha alegria fosse sua,
compartilhando nossos momentos.
E eu não vivesse em sofrimentos
Neste momento, nesta rua.
Eu só queria ter um pai.
Antonio Ximenes
domingo, 20 de julho de 2014
domingo, 8 de junho de 2014
Absorto na incompetência
Quando criança, entre 09 e 10 anos de idade, fazia caieiras
juntamente com meu pai no intuito de adquirir um dinheiro. Derrubava árvores,
cortava-as e queimava para fazer carvão. Absolvido no meu trabalho, não tinha
discernimento sobre a competência que tinha meu pai de proibir-me daquele
trabalho onde eu prejudicava a natureza, e até a mim mesmo quando inalava a
fumaça ou o pó do carvão, mas naquela idade eu era incompetente para dirimir
meus atos.
A vida
continuou, e como sempre gostei de trabalhar, permaneci fazendo carvão, mas já
na minha adolescência, além de fazer carvão também juntava esterco de gado para
vender. Nos meus 14 anos de idade, acordava pela manhã, mais precisamente 4
horas da manhã e ia espantar o gado bovino, ou seja, tanger o gado para que este
se levantasse, evacuasse, e, então, eu colhia suas fezes moles e punha-as para
secar ao sol e depois vendê-la. Até aí não me julgava competente ou
incompetente, mas um necessitado que precisava do dinheiro, ás vezes, até para
comprar alimento para os irmãos, entretanto, apesar desse trabalho e outros
como em oficina mecânica, vendedor de cachorro quente, de geladinho, de
cigarro, de balas, etc. Então podia considerar-me uma pessoa competentíssima
por saber administrar meu tempo e conciliá-lo com meus estudos, pois nunca
deixei de estudar.
Tempos
passaram. Trabalhei de ajudante de pedreiro, depois pedreiro, depois
recepcionista, mas não deixava de estudar, pois tinha um objetivo: sair daquela
vida medíocre, embora digna, pois não havia nenhum delito inserido em minhas
competências. Estava absorto na vida, galgando degraus até que um dia consegui
passar em um concurso público, depois no vestibular e cursar um curso superior.
Agora, com essa formação, eu estava competente, se alguém acha que ser competente
é ser letrado, detentor do conhecimento, mas eu defino como competente quem é capaz,
embora não letrado.
Pois bem,
no meu labor diário, assoberbado de serviços de minha competência, por não
atender a uma determinação que fugia dessa competência, foi “trazido à baila”
que isso seria um sinal de incompetência, e por eu não conseguir mais
diferenciar o que é competência ou incompetência, aqui estou eu absorto em minha incompetência,
ou competência.
Antonio Ximenes de Oliveira
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