segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Oração ao Senhor

Senhor, chora minh’alma,
em sofrimento e calma,
e em cada lágrima que cai,
molhando meu corpo se vai
a dor do sofrer para viver

Senhor, minh’alma padece
neste corpo que não merece
sofrer tanto assim.
Senhor, olha pra mim,
nessa dor do sofrer para viver.

Fico calado, Senhor
e não demonstro a ninguém
do problema porque ora passo,
mas o Senhor é meu regaço
de confissão e perdão também.

Sofre minh’alma, Senhor
mas Tu, só Tu, meu andor,
que me leva neste sofrimento
de angústia neste momento
em que confesso: Sofro!

Não deixa desistir de Ti
essa alma que agora cai,
que se ajoelha e vai
clamar por Tua ajuda,
meu Senhor, me acuda.
                           
                         Antonio Ximenes

terça-feira, 6 de março de 2018

E o calango foi à escola

             
Como foi? Foi assim: Estava eu passando por um projeto de escola municipal que se iniciou próximo ao período de uma campanha eleitoral, em um bairro que é denominado de Estrela. Não me recordo a data, mas está lá o projeto de escola onde por alguns instantes parei e fiquei a observar aquele transeunte adentrar naquele projeto de edifício. Parecia já está acostumado àquele recinto, pois a forma como caminhava, sem nenhum receio de ser agredido por outros seres vivos sorrateiros ou rastejantes que também poderiam frequentar aquele projeto de escola inacabada, onde o dinheiro público se dissolve sob a chuva, seca sob o sol e se vai com o vento, de forma volátil. Então, o calango entrou naquele projeto de escola, seguiu um corredor, uma pequena e estreita vereda que se lhe cabia. Fique ali a observar o retorno daquele quadrúpede rastejante, quando de repente ele aparece com uma presa na boca, uma borboleta amarela com as asas abertas, parecendo um livro, ou um caderno, mas, na verdade, era seu alimento, não a merenda escolar, ainda que fosse da cor de macarrão. Fiquei ainda a observar aquele calango ou carambolo, como chamam as crianças nordestinas, único usufruidor daquela construção iniciada e não acabada onde, se concluída, alimentaria o intelecto de muitas crianças deste bairro chamado Estrela que brilha apenas nas eleições municipais, e que a educação fica em segundo plano. Mas esse problema está sendo resolvido porque o dinheiro gasto nesta obra, a chuva molhou, o sol secou e o vento o levou assim como levou as palavras efêmeras dos que a iniciaram, e outro dinheiro veio, e outra obra para uma escola está sendo construída no mesmo bairro, em outro local, pois a anterior não serve mais como ambiente para educar. Serve apenas para acolher o matagal e o calango, seu morador e respectivas presas.

Antonio Ximenes

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Viajando na vida



                No caminho da vida, iniciei há alguns anos quando surgi num horizonte, inconsciente de onde vinha e porque vinha e o que deu a minha origem. Mas tudo bem, para mim não interessava em saber de nada, apenas as outras pessoas, aqueles gigantes, não que eu quisesse ou deixasse de querer, até porque eu não tinha vontade própria, cuidavam de mim. E,  aí inicia a caminhada na estrada da vida, cuja estrada pode ser uma vereda no matagal, uma estrada carroçável ou mesmo uma estrada pavimentada, asfaltada.
                Então, começando, certificaram-me por Antonio, não sei se em homenagem ao padroeiro de minha cidade, ou por razão outra que eu ignoro. Para se prosseguir em uma estrada, precisa-se de identificação e por esta razão estava lá, eu, com a minha Certidão de Nascimento para prosseguir rumo ao futuro, atirar-me no escuro da caminhada rumo ao meu fim.  Como para viajar, tona-se necessário a aquisição do conhecimento, matricularam-me numa escola, depois de eu já ter feito uma boa caminhada na estrada desta vida, já ter sido imunizado contra algumas doenças que poderiam me barrar antes mesmo que eu iniciasse esta caminhada.
                Estudei. Viajei no tempo, ano após ano. A escola me ensinou, mas o mundo ensinou-me muito mais. Neste percurso de aprendizagem percorri veredas no matagal, correndo da fome que me perseguia, e segui em estradas carroçáveis quando a necessidade me empurrou para o trabalho informal de uma criança faminta. Nesta estrada eram só buracos, muitas trepidações, mas prossegui viajando no tempo, na estrada da vida, até quando, novamente, me certificaram com o conhecimento para que eu pudesse ir mais além e seguir meu itinerário rumo ao meu destino. Viajei mais umas datas, agora já me segurando em algo para garantir a minha viagem, o meu emprego que consegui graças ao conhecimento adquirido e certificado anteriormente. Daí, vi que era necessário melhorar os conhecimento já adquiridos.
                Prossegui a caminhada, estudando para ampliar meus conhecimentos. Passados mais alguns anos, no percorrer na estrada da minha vida, fiz uma parada e dei uma carona a uma parceira que uniu seu certificado inicial ao meu, tornando-se certificado de casamento. Posteriormente vieram mais duas caronas que ainda me acompanham. São os meus filhos. Mas seguindo a viagem, após o surgimento dos filhos, fui novamente certificado com um título superior.
                Continuando minha viagem nesta estrada vital, apareceu uma cratera que queria impedir que eu prosseguisse a viagem terrena. Foi algum tempo estacionado, tentando resolver como tapar este buraco que apareceu na estrada de minha vida,  cujo buraco consistia numa doença maligna, mas com o poder daquele que me pôs no início desta caminhada, consegui perpassar o buraco e, hoje, estou contando esta história com o acréscimo de mais uma carona. Agora como cinco nesta caminhada até chegarmos ao nosso destino final.
Antonio Ximenes

A distorção do entendimento do Superior Tribunal Federal transcrito na Súmula 584 sob a égide constitucional dos princípios da anterioridade e irretroatividade.

  Antonio Ximenes de Oliveira Júnior RESUMO : O presente artigo versa sobre a suposição acerca distorção entre os preceitos con...