quinta-feira, 15 de setembro de 2016
O açude que era grande III
Caro leitor desta terra
De heróis, de carnaubais
De homem trabalhador
De um povo detentor
De uma vida que não se encerra
Em problemas banais.
Mas no açude que era grande
Um problema bem complexo:
Virou palco de carreatas
De candidatos e candidatas
Que propagam aos perplexos
peixes que se
escondem
Caro leitor eleitor
Veja bem o que acontece
Às margens do ex-açude grande
Onde a poluição sonora se expande
Piranhas não tem, não aparecem,
outros peixes tem temor
Vejam bem o que acontece:
Traíras não ficam em riba
da rasa água existente
Cobras ficam latentes,
Jacarés, com medo, arribam
A brancura das garças fenece.
Outros quadrúpedes animais
que pastam nesse açude,
nas margens, no leito,
veja, povo, o direito.
Se ninguém os ajude
Na próxima eleição não tem mais.
São esses animais
a quem os candidatos estão se dirigindo?
Mas como pode
até um bode
às margens do açude
perseguindo
sem ter um pouco de paz?
Reflita, seja analítico.
À noite, num açude
às suas margens, com barulheira
os peixes ouvem tanta besteira
E sem nenhuma atitude
torna-se palco político.
Antonio Ximenes
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