domingo, 3 de janeiro de 2016

O açude que era grande

                Não se subestima a inteligência do ser humano, pois este é o único ser terreno capaz de criar e de desfazer qualquer coisa. Em um território habitado por humanos, conhecido como território dos carnaubais, da carne de sol, do bode e de um açude que era grande deitado no seio desse território, em um campo maior que a maioria de seus bairros, um açude que serve de depósito de esgotos da cidade como também de pretensa garantia de empregos concedidos por seus moradores a uma representação eleita. Mas voltemos ao nosso açude que grande era. Isso mesmo, açude que era grande até há algumas décadas atrás, o açude de onde muitas vezes vi e ajudei meus avós retirarem água para o consumo como: beber, banhar, cozinhar, etc. E ... o tempo passou, passou e o açude regrediu, encolheu, dividiram-no em dois, construíram e ainda constroem em suas margens. Mas vejam só, estão aprofundando o açude e, o material de lá retirado estão apenas removendo para as suas margens. Quão inteligente é o ser humano!  Aprofundando o açude e o estreitando, que possivelmente será soterrado daqui a alguns anos pelo mesmo material que ora retiram, carreado pelas águas pluviais que das ruas escoam e, ao descer às suas margens, consigo levam o solo ali acostado.
                Não se subestima a inteligência ou a ignorância humana em benefício próprio, que faz do próximo sua escada da vida e que, na maioria das vezes ao chegar ao topo cai drasticamente e aí, nessa queda, não terá mais um açude grande para soerguê-lo, porque o açude encolheu, está totalmente poluído e não mais é grande, parecendo até um poço cacimbão.

                Estão matando o açude e, consequentemente, sua fauna, pois a flora já não existe mais em detrimento do desenvolvimento do bolso de alguém que está reduzindo o açude que era grande. Parecer ser cômico ou irônico, mas não o é. É triste.

Antonio Ximenes

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