domingo, 11 de março de 2012

A menina que trepava na árvore

Era o costume daquela linda menina, todos os dias, no ocaso, trepar naquela árvore frondosa, toda esgalhada, e desses galhos observar o que acontecia em sua volta. Vestida de inteligência e maquilada de sabedoria a menina cujo nome era Espertina não tinha mais forças físicas de tanto trepar na árvore, entretanto sua inteligência era tanta que da árvore via a corrupção lá distante, em um prédio no meio de uma praça. Via que o dinheiro que era tomado de seus pais e de toda a vizinhança era aplicado em bolsos de valores que guardavam muitas decisões desagradáveis .

Espertina ansiava vê coisas boas e as via, como por exemplos diversas casas onde se aglomeravam pessoas, e essas pessoas cantavam e oravam, pois Esperfina, de lá da árvore, ouvia. Ouvia e via fogos no ar, comemorando a vitória de uns e a derrota de outros, a ganância pela individualização do que é publico, do dinheiro arrecadado dos impostos que os pais e os vizinhos de Espertina pagavam, mas Espertina não gozava de nenhum benéfico como iluminação pública, assistência à saúde, uma boa educação. Ainda bem que Espertina era uma menina inteligente e esperta, e ao trepar na árvore, protegia-se bastante, usando uma camisinha que lhe dera sua mãe para protegê-la do sereno noturno.

Espertina era useira em trepar na árvore. Em outra trepada sua na árvore avistou outro prédio mais além e constatou que nesse prédio havia várias pessoas, sendo uma delas colocada por seu pai na eleição passada. Ouviu dizer que essas pessoas que avistou naquele prédio, que chegou a contar até nove, eram pessoas venais, que por dinheiro faziam qualquer coisa, até servir de capacho. È ano de eleição e a garota pensou logo que essas pessoas em breve voltariam á sua casa, à casa de seus pais e de seus vizinhos com um dinheirinho para brindá-los e pedir um votinho.

Por acaso, ainda trepando na árvore, pois era todos os dias, no crepúsculo, que Espertina trepava, ela avistou outro prédio, e nesse prédio alguns homens de preto tomavam decisões. Mas que decisões, se essas decisões eram discutidas e recorridas, recorridas, recorridas e não davam em nada. Mas como Espertina trepava cotidianamente naquele árvore viu as coisas mudarem, pelo menos nesse último prédio, pois já conseguia ver saírem desses prédio algumas punições, mesmo que ainda suaves, mas saíam.

Então, Espertina cresceu trepando na árvore sem despir-se de sua inteligência, mas tornou-se mais uma vítima, pois faltavam noves meses para que ela contribuísse para o desmando administrativo, porém ela era inteligente e deu à luz a uma nova ideia para clareasse a mente de todos, conscientizando-os a escolherem os dirigentes de sua cidade.

Pena que, talvez, a ideia de Espertina não prospere porque o dinheiro eleva o ser humano assim como também o deixa em condição ignominiosa de decadência e humilhação.

Autor: Antonio Ximenes de Oliveira

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