sábado, 2 de abril de 2011

Andando nos trilhos








“Uma dia é atrás do outro”, isso é obvio e todo mundo sabe, mas esse dito popular há muito já me dizia minha mãe, analfabeta, mas letrada das vivências de seu cotidiano.  Um vagão de trem também é atrás de outro, isso quando existe o trem, quando existem os trilhos, a estrada férrea para que o trem passe.
Os citadinos da terra dos heróis do Jenipapo há muito tempo aguardam a chegada do trem para correr nos trilhos que não existem, apesar de muitas promessas pré-eleitorais que acontecem a cada quatro anos, e já são muitos quatros anos que se passaram, e continuamos na promessa. Enquanto isso, nada de trem.
Andando nos trilhos, esses trilhos que meu pai foi que ajudou a colocá-los onde hoje estão, trabalhando braçalmente, vê-se o descaso para o que é público, apesar de ser fonte de renda para muita gente que trabalha no transporte de material de construção, pois ao menos para isso serve, para ajudar no sustento das famílias que vivem de sub-renda, os carroceiros que estão a levar todo o aterro da estrada para vender em construções residenciais, além de outras pessoas interessadas nos trilhos para outros fins.
E o trem?
A cada quatro anos surge um trem nesta cidade, mas retorna logo à sua estação, andando nos trilhos, nos trilhos de sua própria estrada, desrespeitando quem estiver na frente. Buzina para avisar que está chegando com todos os seus vagões para serem cheios. Buzina para atrair a todos para a sua estrada e, então, esmagá-los.
E os trilhos?
Há! Os trilhos! Esses levam a máquina que puxa todos os vagões, desde o de primeira classe até o que transporta os animais, que passam fome, sede e babam nesse trem. È uma verdadeira alegria. Todo mundo vai chegar lá, lá na estação principal. E voltarão?. Sim. Após quatro anos. Nesse interstício não existe estrada, não existe trilhos. Somente o trem.
Mas” um dia é atrás do outro”, e do outro, e do outro... E se morre andando nos trilhos, e os citadinos continuam heróis, pois continuam na batalha, sem morrerem e sem vencerem, andando nos trilhos.
E a estrada?
Como até poderia dizer algumas mulheres iletradas desta terra de heróis: “Nam, mermã, nan! Essa istrada num leva a lugar nium”

                                                                           Antonio Ximenes de Oliveira

A distorção do entendimento do Superior Tribunal Federal transcrito na Súmula 584 sob a égide constitucional dos princípios da anterioridade e irretroatividade.

  Antonio Ximenes de Oliveira Júnior RESUMO : O presente artigo versa sobre a suposição acerca distorção entre os preceitos con...